A educação de jovens e adultos é considerada uma modalidade específica para indivíduos com 15 anos ou mais. No entanto, a sociedade contemporânea vem sendo marcada por diversas mudanças e fenômenos que descaracterizam o perfil característico de outrora da EJA como um público “mais velho”. Hoje, a juvenilização vem ganhando espaço, e diante de uma infinitude de propósitos, diversos jovens têm ingressado na EJA.
De certa forma, isto têm se tornado um desafio para o educador, uma vez que este tem que abranger a realidade de públicos distintos no que tange ao contexto vinculado à idade/série. Contudo, esta modalidade exige cautela por parte do profissional, e estratégias didáticas que seduzam o aluno ao gosto de aprender, uma vez que mediante problemas de qualquer natureza permitem possibilidades de evasões escolares, causando um desequilíbrio na vida estudantil destes.
É interessante que o educador evidencie o seu aluno, aproveitando os seus saberes, valorizando as suas histórias de vida e permitindo que este possa construir perspectivas, tendo como pressuposto a educação.
As pessoas que são oriundas da Educação de Jovens e Adultos em suas grandes maiorias apresentam dificuldades no que se refere às condições socioeconômicas, além de terem vivenciado sofrimentos por diversos motivos que influenciaram de forma direta ou indiretamente nas suas trajetórias escolares. Muitos deles têm o histórico de repetências contínuas, outros não tiveram família, além de inúmeras situações conflituosas que infringem até mesmo uma conduta idônea.
Por isso, partindo desses aspectos de vulnerabilidade, é imprescindível que o professor reconheça o discente como um ser capaz de produzir, construir e ressignificar a sua história. Dessa forma, o mesmo irá se sentir acolhido e passará a refletir e vivenciar a educação de forma prazerosa, libertando-se de suas consciências ingênuas.
Uma escola de qualidade específica para a Educação de Jovens e Adultos requer do profissional docente uma reflexão da suas práxis educativa, tendo em vista contemplar estratégias metodológicas inovadoras que sejam capaz de transformar este indivíduo no âmbito de sua emancipação, incentivando-o a construir os seus conhecimentos de forma autônoma.
São inúmeros os desafios não só interescolares, como também extraescolares. Sobretudo, é de extrema relevância que o profissional docente compreenda estes desafios e reconheça os alunos da EJA como cidadãos de direito, valorizando suas trajetórias de vida, suas memórias, seus percursos, seus saberes e suas perspectivas enquanto aprendizes. Assim, estes se sentirão mais seguros para reconstruírem as suas histórias contextualizadas por uma educação qualificada de forma significativa.