Pesquisas apontam: a inteligência emocional está entre as habilidades mais valorizadas pelo mercado. Aprender a administrar emoções se tornou uma demanda indispensável para os profissionais.
Um levantamento realizado pelo PageGroup apontou que 80% dos executivos não contratariam um talento apenas por suas competências técnicas. É necessário suprir as habilidades emocionais também.
O cenário é de muita demanda, no entanto, os recrutadores ainda trabalham com escassez. Inteligência emocional, comunicação assertiva, resolução de conflitos e liderança figuram no pódio das soft skills mais difíceis de serem encontradas no mercado.
Nesse mesmo fluxo, o mundo se transforma e dita novas regras a todo momento. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, cerca de 35% das competências exigidas pela maioria das profissões devem ser impactadas por novos panoramas do futuro do trabalho.
A pergunta que fica é: como se preparar para encarar todas essas mudanças? A resposta pode estar onde menos se imagina: em si mesmo.
Compreendendo a inteligência emocional
A primeira definição acadêmica sobre esse conceito surgiu em 1990, através dos estudos realizados pelos pesquisadores Peter Salovey e John D. Mayer. Foi nessa mesma época que o psicólogo, jornalista e escritor, Daniel Goleman, teve seu primeiro contato com o termo.
Mas o que exatamente é a inteligência emocional e como ela pode nos ajudar? Bem, basicamente, ela é uma referência à nossa capacidade de reconhecer e gerenciar as emoções, utilizando-as para melhorar a forma como pensamos e agimos sobre algo.
Essa habilidade é um grande estímulo para o desenvolvimento pessoal e profissional de um indivíduo. Com ela é possível alcançar o autoconhecimento, obter uma maior compreensão e controle sobre as emoções e aprimorar relacionamentos interpessoais.
Considerado o pai da inteligência emocional, Daniel Goleman é uma das principais referências no assunto, tendo suas obras amplamente reconhecidas no mundo todo. Em sua aula para o PUCRS Online, ele compartilha seus estudos e visão sobre o conceito.
Aprofunde-se em sua metodologia e conheça os quatro pontos principais observados por ele, em pessoas emocionalmente inteligentes:
Autoconsciência
Os indivíduos que possuem inteligência emocional são altamente conscientes sobre si mesmos. Eles sabem reconhecer o que estão sentindo e por que estão sentindo, além de entender como isso impacta em seus pensamentos e tarefas diárias.
Autocontrole
Essas pessoas também costumam manter um grande autocontrole. Elas sabem administrar bem suas emoções, não permitindo que qualquer sentimento perturbador atrapalhe seu senso crítico e tomada de decisão. Além disso, utilizam sentimentos positivos com o objetivo de alcançar bons desempenhos.
Consciência social
A empatia é uma habilidade comum a quem possui inteligência emocional. Esses indivíduos normalmente apresentam uma forte consciência social e são capazes de reconhecer e compreender as emoções do outro, seja através da expressão facial, tom de voz ou sinais não verbais.
Gestão de relacionamentos
O quarto e último ponto destaca a capacidade de utilizar habilidades interpessoais na construção de relacionamentos eficazes. Pessoas emocionalmente inteligentes são capazes de aplicar toda a sua compreensão ao lidar e se relacionar com o outro.
Durante a aula, Goleman também compartilhou dados recentes sobre seus estudos. Confira alguns insights importantes:
- Se você tem alta inteligência emocional, seu desempenho sob estresse é melhor.
- Quanto maior for a sua inteligência emocional, mais positivo será o seu humor e menos humores negativos vivenciará.
- Um estudo com duração de 15 anos constatou que pessoas com uma maior inteligência emocional são mais satisfeitas com a vida e com seus relacionamentos.
E para quem ainda questiona a importância dessa habilidade, o especialista deixa claro: “A inteligência emocional está presente em 80% a 90% dos melhores líderes”.
3 passos para começar a desenvolver a sua inteligência emocional
Ao longo da vida, é normal enfrentarmos períodos de dificuldade e imprevisibilidade. Nessas situações, somos expostos e desafiados a reagir de alguma forma. O que muitas vezes ignoramos nesses momentos é a presença da nossa inteligência emocional.
Quando não treinamos essa habilidade, o primeiro impulso é reagir sem ao menos avaliar o que está em jogo. Com isso, deixamos de utilizar todo o nosso potencial emocional na resolução do conflito.
Nesse sentido, buscar o aprimoramento constante dessa habilidade é crucial. Confira a seguir alguma dicas para começar a desenvolver a sua inteligência emocional:
Aprenda a reconhecer os seus limites
Descobrir seus pontos fortes e fracos é um passo imprescindível na sua jornada de autoconhecimento. Aprender a reconhecer seus próprios limites é uma excelente forma de estimular a inteligência emocional.
Exercite a sua resiliência
As adversidades sempre vão existir. Por isso, é fundamental aceitar e abraçar a imprevisibilidade. Nesse sentido, a resiliência é o caminho para encarar os desafios e aprender a lidar com as emoções que possam surgir a partir disso.
Escute o que o outro tem a dizer
Aprender a ouvir é tão importante quanto saber o que falar. Considerando isso, exercitar habilidades como a escuta ativa é uma forma de desenvolver a sua inteligência emocional e trabalhar de forma mais saudável as suas emoções.
Fonte: PUCRS online